9 motos que gostamos no Salão de Milão 2019
Acabou a semana do Eicma, o Salão de Milão, que é o mais importante evento de motos do planeta! Todas as novidades das marcas já foram apresentadas, já estamos mais calmos depois da empolgação com tantas novidades, então é hora de comentar sobre as melhores novidades da “safra 2020”, claro, em nossa opinião!
Começando pela Honda, que domina o Brasil quando o assunto é variedade de modelos e volume de vendas, se destacou no Eicma com a nova geração da superesportiva CBR 1000 RR-R Fireblade. Sim, esse “erre” extra não foi um erro e agora ela tem três R. Na versão completa, a SP, fica CBR 1000 RR-R Fireblade SP.
Apesar de achar isso um exagero, desnecessário, alguém lá na Honda deve ter achado boa essa ideia de um terceiro R para deixar claro que a moto ficou muito mais esportiva que nas gerações anteriores, onde sempre seguia aquela receita Honda de fazer motos que são equilibradas, que permitem alguém tem tanta experiência de pilotagem que consiga aproveitar o que a moto oferece. Agora a Honda mudou a receita da CBR e trouxe uma moto no mínimo… Mais bruta!
Com visual todo novo, totalmente reformulada, trouxe até aquelas “asas” laterais, que são muito usadas na MotoGP, para ajudar na aerodinâmica e manter a moto no chão em altas velocidades. O chassi é novo, o motor foi refeito e ganhou mais potência, pois agora subiu para 217 cv de potência máxima.
Para não alongar muito, a Honda tem um objetivo muito claro com essa novidade: voltar a vencer no Mundial de Superbike, onde foi campeã apenas uma vez, em 2007. Para quem não acompanha esse campeonato de motovelocidade, a Kawasaki sobra com títulos consecutivos e quando sobra uma chance, a Ducati vence alguma corrida. A Honda não quer levar bolo para festa de ninguém e quer vencer lá, como vence na MotoGP.
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Na Yamaha, destaco a nova geração da crossover Tracer 700, que está mais confortável, mais bonita, com frente em LED e referências visuais que lembram a R1. Em resumo, que essa moto venha ao Brasil nessa geração, já atendendo o Euro 5, que equivale agora ao nosso Promot 5. Se vier, vai acabar com o reinado da Kawasaki Versys 650 e porque não mencionar a Honda NC 750X. Será que dessa vez a Yamaha traz? Acreditamos que agora virá!
Na Harley-Davidson, as novidades foram as não tão inéditas assim Pan America 1250, uma maxitrail que coloca a marca em uma nova categoria, e a Bronx 975. Elas marcam a chegada de um novo motor, o Revolution Max, que é todo arrefecido a líquido e não apenas na válvula de escape, como motores de outras motos da marca. Infelizmente essas novidades chegam só no fim de 2020… Lá fora, ou seja, no Brasil, só em 2021… Vamos esperar.
Na Ducati, ela apresentou muita coisa no pré-evento – que ela, Honda e Yamaha sempre fazem tradicionalmente todo ano no Eicma – mas vou focar aqui no conceito Desert X, uma maxitrail que é derivada da Scrambler 1100 e bebe muito de referências das icônicas maxitrail dos anos 1990, como por exemplo, a Cagiva Elefant 900. Fiquei muito curioso para saber como a marca vai avançar com esse projeto.
Lembrando que a Ducati tem uma Scrambler Desert Sled, que foi lançada no mesmo Eicma em 2016, com base na Scrambler 800 e tem a mesma pegada off-road – mas nunca veio ao Brasil. Pô, Ducati, me ajuda a te ajudar, traz ela! No fim do evento, a marca venceu pela décima vez o concurso de moto mais bonita do Eicma com a Streetfighter V4, um dos lançamentos da fabricante italiana.
Na Triumph, tivemos edição especial das Bonneville T100 e T120, edição super exclusiva TFC da Bobber, com motor preparado, mas destaco a café racer Thruxton RS, que ganhou visual menos clássico, motor mais potente e melhorias para deixá-la ainda mais prazerosa na pilotagem. Pelo que apurei no site europeu da Triumph, lá a Thruxton R não é mais vendida, então pode ser que a RS assuma o lugar da R no Brasil. Novidade para o Salão Duas Rodas? Talvez.
A Suzuki apresentou a nova geração da V-Strom, que agora é 1.050 – o aumento de cilindrada de muitas motos é para compensar a restrição que o avanço do controle de emissões de poluente aplica, para garantir a mesma sensação de desempenho na moto, quando comparada à sua antecessora. A moto trouxe referências do passado, da icônica DR 750, e o farol me lembrou bastante o da Katana, naked da marca que retornou com uma versão com tecnologia atual.
Na alemã BMW, foram apresentadas inéditas motos com um motor 900, derivado do bicilíndrico usado hoje na F 850 GS. A naked F 900 R chega como sucessora da F 800 R, trazendo linhas mais arrojadas, esportivas. A crossover F 900 XR chega como versão mais acessível para quem gosta do estilo, vai concorrer com a Ducati Multistrada 950, por exemplo, e suprir na BMW a demanda de quem acha a S 1000 XR, que também foi atualizada, uma moto muito esportiva e ou muito cara. A F 900 XR foi para mim o modelo mais importante da BMW nesse Eicma.
Na Husqvarna, o destaque para nós foi o conceito Norden 901, uma maxitrail robusta, com motor bicilíndrico e cheio de referências das outras Husqvarna de rua. Gostei bastante e esse modelo coloca a marca no páreo com Honda Africa Twin, Yamaha Super Ténéré, entre tantas motos que disputam espaço nessa categoria. O conceito não tem nenhuma previsão até o momento de quando virá como moto de rua, apesar de estar praticamente só faltando emplacar.
Para encerrar, finalmente saiu a KTM 390 Adventure. A trail derivada da conhecida e apimentada 390 Duke foi apresentada no Eicma, com aro 19” na frente, rodas de liga leve, guidão largo e com protetor de mão, além do bancão confortável para piloto e passageiro. Queremos essa moto no Brasil, KTM!
Essas foram as motos que nos chamaram a nossa atenção nessa edição do Eicma.