MotoGP: Quartararo vence mais uma com a Yamaha e pilotos Ducati sofrem em Assen

Em 27 de junho foi realizada a etapa 9 da temporada 2021 do Mundial de Motovelocidade na Holanda. Como curiosidade na MotoGP, depois de 2008 quando Casey Stoner venceu com a Ducati em Assen, apenas pilotos Honda e Yamaha conseguiram vencer em Assen. De 12 provas (2020 não teve pela pandemia) foram 4 vitórias de pilotos Honda e 12 vitórias de pilotos Yamaha.

Valentino Rossi foi quem mais venceu com a Yamaha nesse período, com 4 vitórias e foi em 2017 nessa pista onde vimos Rossi vencer pela última vez. Quero trazer alguns pontos que pode ser que você pode não ter visto da corrida e bastidores. Vamos a eles.

Equipe do Valentino Rossi vai usar Ducati

Na semana do GP da Alemanha foi oficializado que a equipe de Valentino Rossi, a Aramaco Racing Team VR46, vai estrear em 2022 na MotoGP usando motos Ducati. Com essa novidade, serão mais motos Ducati no grid. Rossi ainda não fala sobre seu futuro, mas pelas declarações do piloto o investidor da sua equipe quer ele na segunda Ducati do time competindo e ele parece mais interessado em parar. Como dono de equipe sabe que precisa ter pilotos competitivos e sabe da sua situação como piloto que não está na melhor fase. Aposentadoria chegando? Bem provável. Vejo cada dia mais improvável um ano mais competindo na Yamaha. Inclusive na corrida em Assen Rossi caiu sozinho e não completou.

Altos e baixos com os pilotos Yamaha

Nessa etapa o piloto Franco Morbidelli (Yamaha satélite) não correu etapa por uma lesão no joelho. Fez cirurgia e vai aproveitar a pausa de 1 mês e uma semana do calendário para ficar recuperado. A Yamaha chamou Garrett Gerloff, que compete no Mundial de Superbike, para correr no lugar de Morbidelli. Objetivo principal de ter moto na pista com um piloto que não está lá com pretensão de conquistar pódio é simples: coletar dados sobre a moto. Isso vale muito para o trabalho das equipes nos bastidores.

Ainda sobre Yamaha, após Maverick Viñales (Yamaha) terminar em último o GP da Alemanha e reclamar de tudo e todos, afirmou que na Holanda iria copiar toda configuração da moto de Fabio Quartararo (que ficou em terceiro lugar na Alemanha e segue líder da temporada). Se copiou mesmo ainda não tive a confirmação até escrever esse texto, mas o que importa é que Viñales ficou com a pole position no sábado, finalizou o GP da Holanda em segundo lugar no domingo e na segunda-feira saiu o comunicado oficial da equipe Yamaha afirmando que o contrato que era até 2022 será encerrado no fim de 2021 por iniciativa do piloto. Oficialmente seu futuro ainda não foi confirmado.

Na corrida Yamaha sobra e Ducati não segura pressão

Na corrida com calor e pista seca, Fabio largou na frente e começou a briga com Bagnaia que assumiu a ponta. Em 2 voltas Marc Márquez subiu de 20º para 10º. Destaque nesse ponto para Takaaki Nakagami (Honda satélite) que largou bem, em terceiro. Já Alex Rins (Suzuki) jogou a corrida no lixo perdendo uma disputa com Zarco e indo pra fora da pista para não cair ainda no começo da prova… E ainda fez post no seu perfil no Instagram colocando a culpa do seu erro em Zarco. Rins precisa focar em fazer o básico direito antes de reclamar de terceiros.

Após sete voltas tentando Fabio assumiu a liderança e começou a abrir vantagem. Bagnaia não tem ritmo para acompanhar e se segura na posição com Nakagami e Viñales colados nele. Bagnaia foi punido com volta longa por exceder os limites de pista e na mesma vota Jack Miller (Ducati) caiu sozinho na curva 5. Nakagami não aguentou a pressão e foi perdendo posições caindo para nono. Faltando 8 voltas Miller tomou bandeira preta por algum problema na sua moto. Fim de prova para ele e uma perda importante na luta pela temporada.

A corrida acalmou na reta final. Fabio isolado – por mérito – na ponta venceu, Viñales em segundo e Joan Mir (Suzuki) que largou em décimo, em terceiro.

Márquez correndo por fora

Destaque para Marc Márquez que largou em 20º e finalizou em sétimo, disputando posições até o final. Importante para retomar a confiança e com isso ele já é o melhor piloto Honda da MotoGP na temporada, em 10º com 50 pontos, enquanto Nakagami e Pol Espargaró (colega de equipe de Marc) estão com 41 pontos e Alex Márquez (Honda satélite) está com 27 pontos. Marc não correu as duas primeiras provas, não finalizou outras 3 corridas por quedas e ainda está na frente de pilotos como Morbidelli, Rossi, Petrucci e Rins.

Com o pódio formado por pilotos Yamaha e Suzuki, a classificação atual da temporada está com Fabio Quartararo (Yamaha) líder com 156 pontos, seguido por Johann Zarco (Ducati satélite) com 122 pontos (34 de atraso) e Francesco Bagnaia (Ducati) é o terceiro com 109 pontos. Até o momento é Yamaha contra Ducati a briga para ser campeão na MotoGP.

A situação dos pilotos Yamaha após Assen

Como curiosidade, Quartararo com 156 pontos já tem 4 pontos a mais que os outros 3 pilotos Yamaha juntos (Viñales tem 95, Morbidelli tem 40 e Rossi tem 17, somando 152 pontos juntos). Assim como na Honda com Marc essa dependência de um só piloto pode ser arriscado para a Yamaha se algo der errado com Fabio. Mas até aqui é o mais constante e preparado para ser o campeão na temporada, algo que desde 2015 com Jorge Lorenzo a Yamaha não consegue.

A próxima corrida da MotoGP será na Áustria, no Red Bull Ring, em 8 de agosto, após o intervalo de algumas semanas pelo verão europeu. Pausa que pode ser muito importante para Marc Márquez ficar mais perto de 100% recuperado de sua lesão no braço. Veja aqui o calendário completo com os resultados de todas as provas realizadas.