MotoGP: 5 pontos importantes na reta final da temporada 2020
Depois do GP de Aragão, a primeira de duas corridas que serão realizadas no circuito espanhol, a MotoGP entrou na “reta final” da inesperada, imprevisível e porque não dizer muito emocionante temporada 2020. Quero compartilhar alguns pontos importantes para você que é fã ficar sintonizado (a) e para você que ainda não gosta, entender porque tanta gente ama. Separei quatro pontos importantes da temporada até a publicação desse texto.
O rei está fora do jogo. Quem assume a coroa?
Com o azar gigante na corrida 1 de 2020 com a queda e lesão no braço de Marc Márquez, piloto Honda, que até o momento da publicação desse texto é o atual campeão da MotoGP – e conquistaria SE estivesse na disputa e vencesse o nono título mundial, empatando com a marca do piloto italiano Valentino Rossi. Dominante sempre que estava na pista, Marc Márquez deixou o jogo aberto para um novo campeão, algo que não acontecia desde 2015. Quem vencerá ainda é impossível prever.
Por que Andrea Dovizioso não está sobrando com a Ducati em 2020 sem o seu grande rival?
Um dos pilotos mais cobrados em 2020 sem dúvida foi Andrea Dovizioso. Após o GP de Aragão ele estava em quarto na classificação geral, com 15 pontos de atraso do atual líder, Joan Mir, da Suzuki. Ainda pode ser campeão? Com certeza, pois tem 100 pontos em jogo até o fim da temporada. Mas… 2020 tem sido um ano duro para o italiano.
Com a mudança dos pneus Michelin – que já não sei até onde são feitas para mais segurança ou só para influenciar na competitividade – a Ducati não tem ido tão bem, não só para Dovizioso. A falta de constância nos resultados de Dovizioso deixa ele fora daquela dominação que se esperava, sem Marc Márquez no grid.
Alheio a isso, Dovizioso decidiu NÃO ACEITAR as condições da Ducati para renovar o seu contrato e até o momento desse texto ele não tem definido seu futuro como piloto. Poderá sair da Ducati como o segundo campeão da MotoGP na história da marca – depois de Casey Stoner – mas com o grid atual Dovizioso não é o favorito. É possível, mas não está nada fácil a vida de Dovizioso em 2020. O futuro de Dovizioso está amarrado a definição do futuro de outro Andrea, o Iannone, que é piloto Aprilia e está afastado por doping e a decisão do julgamento de Iannone se poderá voltar a correr ou não sai em novembro.
SE a punição de Iannone for encerrada, a moto será dele. Se for prolongada, é uma vaga aberta que pode ser de Dovizioso, mas também tem Cal Crutchlow sem vaga no grid para 2021, pois não renova com a Honda. Parece meio novela mexicana tudo isso? Parece. Outro destino de Dovizioso é ser piloto de testes de alguma marca. Mas seria um desperdício…
Suzuki é a equipe mais competitiva de 2020?
Nos altos e baixos de 2020, uma equipe tem se apresentado a mais constante e a mais promissora. E apesar da ausência de Marc Márquez deixar espaço para Ducati ou Yamaha, a equipe que cresceu mais e se adaptou as mudanças de 2020 foi a Suzuki. Alex Rins que até então era o piloto que dava os resultados para a marca viu seu companheiro Joan Mir, no segundo ano de MotoGP, evoluir muito, com constância de bons resultados e sem medo de disputar com pilotos mais experientes nas corridas.
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Mesmo sem ter vencido até o GP de Aragão, Mir assumiu a liderança da temporada por ser constante nos resultados e pode sim, ser o campeão de 2020. Como curiosidade, a última vez que a Suzuki esteve na liderança do Mundial de Motovelocidade foi em 2000, com Kenny Roberts. Isso faz 20 anos! Vejo ele preparado para isso tanto dentro da pista quanto fora da moto, quando dá suas declarações. Alex Rins sofreu com quedas quando disputada a liderança em corridas e uma lesão, mas conseguiu voltar a vencer no GP de Aragão. Até a publicação desse texto foram dois pódios com os dois pilotos Suzuki e uma vitória. Estão 100% no jogo na busca pelo título de 2020.
Os problemas da Yamaha e de Fabio Quartararo
Em sua segunda temporada na MotoGP, após boas exibições em 2019, mesmo com limitação técnica de motor, comparado as Yamaha de fábrica, Fabio Quartararo começou 2020 com duas vitórias e dando a entender que iria dominar a temporada. Mas isso não aconteceu. Com a mesma moto dos pilotos de fábrica – e já confirmado para “trocar de motos” com Valentino Rossi em 2021 – o francês da equipe Yamaha satélite teve o mesmo problema de Andrea Dovizioso até o GP de Aragão: não é constante nos resultados.
Ainda está na disputa e pode ser campeão, mas vejo Joan Mir com a Suzuki mais preparado para se manter no topo do que Fabio. No caso de Fabio, muitas vezes a limitação dele tem sido técnica, da sua moto, o que é um problema sério para ele, pois vai além da sua capacidade como piloto.
A ascensão do novo (Alex) Márquez
Se tem um piloto na MotoGP que é muito mais cobrado do que considero justo esse piloto é Alex Márquez, apenas pelo fato de ser o irmão mais novo de Marc Márquez. Com 2 títulos mundiais no currículo (Moto3 e Moto2), subiu para a MotoGP na equipe oficial Honda, para dividir o box com seu irmão aproveitando a vaga aberta por Jorge Lorenzo, que anunciou aposentadoria no fim de 2019, encerrando previamente seu contrato com a Honda que acabaria agora em 2020.
Com o grid trabalhando renovações normalmente a cada 2 anos, a opção da Honda foi subir alguém da Moto2 para preencher a vaga. Subiram o campeão. Nada mais natural. O problema foi que o campeão é irmão da super estrela da MotoGP. Dito tudo isso, Alex sem ter o irmão por perto na temporada após seu acidente na corrida 1, foi muito bem como novato e com uma moto que os outros pilotos só reclamam.
Completou todas as corridas até a publicação desse texto e conseguiu dois pódios consecutivos. O primeiro com pista molhada e o segundo com pista seca, com direito a ameaçar assumir a liderança no fim da corrida. Alex Márquez encontrou um caminho bem rápido com a Honda e pode surpreender se manter essa constância. Nas rodadas duplas até o GP de Aragão ele sempre melhorou seus tempos da corrida 1 para a corrida 2. Pode surpreender quem ainda dúvida do seu potencial vencendo pelo menos uma corrida ainda em 2020 – e agitando ainda mais a disputa do título, dificultando a vida de quem está no topo da classificação. Quanto mais pilotos competitivos, melhor o show para quem assiste!
Acredito que essa temporada será definida na última etapa, em Portugal, e é impossível prever quem vencerá até a bandeirada no final da última corrida. Que ano para fãs da MotoGP, não é mesmo?
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