MotoGP: grid definido e prévia da temporada 2023
A temporada 2022 ainda não acabou enquanto escrevo esse texto em um dia cinzento e frio em São Paulo em setembro de 2022. Marc Márquez retornou ao grid após mais uma cirurgia no braço, Fabio Quartararo ainda é o líder e Francesco Bagnaia vem de 4 vitórias seguidas com a Ducati como esperança dos italianos para um título na MotoGP. Mas com a definição da última vaga aberta para piloto no grid de 2023 já é hora de falar da próxima temporada.
Com a saída da Suzuki da MotoGP no fim da temporada 2022 o grid perdeu dois pilotos. Reduziu de 24 para 22 pilotos. Eu poderia afirmar aqui que com a saída da Suzuki o grid ficou com 5 fabricantes diferentes, porém, a equipe satélite KTM em uma manobra do grupo KTM virou equipe de fábrica GasGas, fabricante de motos espanhola que pertence ao grupo KTM. Na prática a moto de corrida é a mesma KTM, mas com adesivos GasGas e pintura vermelha. Explicado isso, temos 6 fabricantes diferentes no grid em 2023.
Yamaha, KTM e GasGas ficam apenas com suas equipes de fábrica no grid. A Aprilia conta com o piloto mais experiente do grid, Aleix Espargaro, e com Maverick Viñales. A novidade é que em 2023 ganhou mais duas motos no grid com o time satélite que tem os pilotos Miguel Oliveira e Raul Fernandez, ambos saindo da KTM. Honda mantém o time satélite LCR Honda com os pilotos Alex Rins (ex-Suzuki) e Takaaki Nakagami.
Já a Ducati seguirá com o time de fábrica e mais 3 equipes no grid, totalizando 8 pilotos Ducati representando mais de 1 terço do total de pilotos na MotoGP. Esse desequilíbrio na distribuição das marcas no grid pode prejudicar a competitividade do campeonato e representar um problema a médio prazo. Penso que o limite deveria ser de 3 equipes e 6 pilotos por fabricante.
Por enquanto a Ducati ainda não foi campeã, mas isso está muito perto de acontecer e com a influência direta desse grid. Quanto mais pilotos Ducati colocarem entre o melhor piloto Ducati e o principal rival na disputa pelo campeonato melhor pra marca. Espero estar errado nisso, mas é o caminho que vejo as coisas caminhando. No momento a esperança da Ducati de voltar a ser campeã na MotoGP tem nome e sobrenome: Francesco Bagnaia.
Vale mencionar que a Ducati vai assumir o fornecimento das motos elétricas para a categoria monomarca MotoE em 2023 que hoje usa motos da Energica. Não precisamos entender muito de política para entender que a Ducati está colocando muito dinheiro no campeonato e isso influi nas decisões e regras. De novo, espero estar errado!
Seguindo com a análise prévia da temporada 2023, a Honda absorveu para seus times os experientes pilotos da Suzuki. Alex Rins foi para o time satélite e Joan Mir assume a posição no time de fábrica junto com Marc Márquez. Vaga “amaldiçoada” no grid, porque desde a saída de Dani Pedrosa ninguém conseguiu ter sucesso na segunda moto do time de fábrica Honda. Tomara que Mir mude essa realidade porque é um piloto talentoso.
No time Yamaha temos um “efeito Marc Márquez” com Fabio Quartararo andando muito bem com a Yamaha, foi campeão em 2022 e até o momento que escrevo esse texto lidera a MotoGP em 2022 mesmo com uma moto limitada quando comparamos com a Ducati e a Aprilia. Efeito Marc Márquez porque assim como Marc na Honda, na Yamaha só Fabio consegue resultados e isso não é bom para a fabricante.
Veja o que aconteceu desde o acidente de Marc no começo de 2020 com a Honda e seus resultados. Tem corrida que a gente nem lembra que a Honda está participando sem o Marc Márquez na pista. A dependência de apenas um piloto é um jogo muito arriscado pensando em quanto investimento é necessário para estar com uma equipe na MotoGP.
Os pilotos do time satélite Yamaha que será encerrado no fim da temporada 2022 praticamente só bateu cartão nas corridas, sem nenhum destaque. Franco Morbidelli, que subiu para o time de fábrica no meio da temporada 2021 segue sem mostrar nada que justifique gastar essa vaga da Yamaha no grid. Acho muito legal ele ser meio brasileiro, todo mundo gosta dele, ele fala coisas boas nas entrevistas, mas falando de corridas, falando de competição, você apostaria seu dinheiro no Morbidelli ou no Quartararo? Pois é…
Ainda sobre Yamaha, acredito que essas duas vagas “sobrando” no grid em 2023 podem ser preenchidas em 2024 por um novo time satélite Yamaha. Ter mais motos no grid ajuda no desenvolvimento da moto e coleta de dados. Lembrando que a GasGas usa a moto KTM em 2023 a Yamaha será a fabricante com menos motos no grid.
Finalizando, em 2023 teremos apenas um rookie (novato) no grid. Augusto Fernandez vai dividir o box do time GasGas com o experiente Pol Espargaro. Eu não me recordo da última vez que só subiu apenas um rookie para a MotoGP.
Vamos aos times e pilotos da MotoGP na temporada 2023:
APRILIA
Aleix Espargaro (#41) e Maverick Viñales (#12)
APRILIA equipe satélite
Miguel Oliveira (#88) e Raul Fernandez (#25)
DUCATI
Francesco Bagnaia (#63) e Enea Bastianini (#23)
DUCATI equipe satélite Pramac
Johann Zarco (#5) e Jorge Martin (#89)
DUCATI equipe privada Gresini
Fabio Di Giannantonio (#49) e Alex Márquez (#73)
DUCATI equipe privada VR46 Mooney
Marco Bezzecchi (#72) e Luca Marini (#10)
GASGAS
Pol Espargaro (#44) e Augusto Fernandez (#37)
HONDA
Marc Márquez (#93) e Joan Mir (#36)
HONDA equipe satélite LCR
Alex Rins (#42) e Takaaki Nakagami (#30)
KTM
Brad Binder (#33) e Jack Miller (#43)
YAMAHA
Fabio Quartararo (#20) e Franco Morbidelli (#21)
Como curiosidade, em 2023 o time Honda será o único onde os dois pilotos já foram campeões na MotoGP. Entre os 22 pilotos confirmados para a temporada 2023 da MotoGP apenas Marc Márquez, Joan Mir e Fabio Quartararo já foram campeões… Lembrando que a temporada 2022 ainda não acabou e podemos ter um quarto campeão no grid de 2023.
Qual é sua opinião sobre como está se formando essa temporada 2023 da MotoGP? Deixe um comentário.
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