Jorge Lorenzo anuncia aposentadoria na MotoGP
Nesta quinta-feira, dia 14, Jorge Lorenzo, piloto espanhol na MotoGP, que compete em 2019 pela equipe Honda de fábrica, convocou uma coletiva de imprensa em Valência, Espanha, onde neste fim de semana será realizada a última etapa da temporada 2019 do campeonato, que já tem na MotoGP o piloto Marc Márquez, colega de equipe de Lorenzo na Honda, como campeão antecipado.
Na coletiva, Lorenzo, que tem 32 anos, anunciou sua aposentadoria e explicou seus motivos. A queda em Assen, no primeiro semestre, onde lesionou a cervical e ficou dois meses sem pilotar o fez repensar as coisas e rever se valia passar por tudo aqui, não conseguindo ser competitivo com a moto, após um passado vitorioso, com cinco títulos mundiais. A decisão final foi após o GP da Malásia.
Com a saída de Jorge Lorenzo da Repsol Honda, já começa a especulação sobre quem assume a segunda moto na temporada 2020. Johann Zarco é o único com sem contrato, que após pedir para sair da equipe KTM – onde não conseguiu bons resultados – está substituindo na equipe satélite da Honda o piloto Takaaki Nakagami, que passou por uma cirurgia… E mostrou boa adaptação com a moto.
Relembre a carreira de Lorenzo
Lorenzo entrou no Mundial de Motovelocidade em 2002, na categoria de acesso, a 125 (atual Moto3), competindo de Derbi. O primeiro pódio foi em 2003, quando venceu a corrida no Brasil.
Subiu para a categoria intermediária, a 250 (atual Moto2) em 2005, competindo de Honda no primeiro ano. Venceu a primeira corrida na 250 em 2006, quando competia de Aprilia e foi campeão em 2006 e 2007 com a moto italiana, antes de subir para a MotoGP.
Em 2008, Jorge Lorenzo estreou na categoria principal do Mundial de Motovelocidade, a MotoGP, pela Yamaha, equipe de fábrica em que competiu por nove temporadas e conquistou mais três títulos mundiais, somando cinco na carreira e carreiras épicas.
Em 2017 encarou o desafio de competir de Ducati. Sofreu para adaptar seu estilo de pilotagem com a moto e também com a demora da equipe para fazer as alterações que ele pedia. Quando atenderam os pedidos, praticamente um ano e meio depois de iniciada sua jornada com a marca italiana, Jorge voltou a vencer na MotoGP, sendo a primeira vitória com a Ducati em Mugello, a “casa” da Ducati.
Quando começou a vencer, superando inclusive Marc Márquez, foi oficializada sua contratação para 2019 como piloto oficial Honda, mais um desafio para o piloto espanhol.
Mas infelizmente o ano não foi bom. Problemas de adaptação com a moto e o acidente gravíssimo em Assen deram a Lorenzo sua segunda pior temporada em 18 anos competindo no mundial, perdendo apenas para a sua estreia, em 2002, com a Derbi na extinta categoria 125, quando somou 21 pontos, contra os 25 pontos que conseguiu em 2019 como piloto Honda.
Os números de Lorenzo no mundial
Sua retirada representa a saída de mais um grande piloto do campeonato. Foi o único piloto que interrompeu a série de títulos de Marc Márquez desde sua chegada na MotoGP, em 2013, quando venceu o campeonato em 2015. Foi o único piloto a vencer Márquez com duas motos diferentes – Yamaha e Ducati – e na categoria principal é o terceiro piloto na ativa mais vitorioso – atrás de Valentino Rossi e Marc Márquez – com 47 vitórias e o quinto na categoria principal do mundial na história, contagem onde Giacomo Agostini e Mick Doohan também superam Lorenzo.
Veja os números de Lorenzo no mundial de motovelocidade:
- 18 temporadas
- 5 vezes campeão mundial
- 68 vitórias
- 69 pole positions
- 152 pódios
- 37 voltas rápidas
Jorge sem dúvida é um dos mais importantes pilotos da era moderna da MotoGP (palavras de Valentino Rossi ditas hoje em coletiva que eu concordo) e seu auge foram as nove temporadas como piloto de fábrica na Yamaha, dividindo o box com Valentino Rossi e onde conquistou os três títulos na MotoGP.
Com certeza fará falta na MotoGP e como disse em coletiva Alberto Puig, gerente de equipe da Honda, responsável pela contratação de Lorenzo, “precisamos entender que o campeonato perdeu um grande campeão”.