Aceleramos a elétrica Harley-Davidson LiveWire
Fim de janeiro de 2020, Sul da Espanha, céu azul e temperaturas amenas, em torno de 20ºC. Foi nessas condições que tive a oportunidade de acelerar sem limitações a Harley-Davidson LiveWire, a primeira motocicleta elétrica da história da tradicional fabricante norte-americana de motocicletas!
O projeto veio a público pela primeira vez em 2014, desde então ganhou mais autonomia, melhorias no visual, na autonomia, velocidade final e eletrônica embarcada (a mais notada por quem pilotou a versão conceito de 2014).
A moto sem dúvida chega para enfrentar paradigmas fortes de uma cultura super tradicional que o mundo custom e os fãs mais conservadores da Harley-Davidson possuem. Ouso dizer que o preconceito dos fãs de “motores de verdade” será um desafio maior do que justificar seu preço de venda apimentado de quase 30 mil dólares aos possíveis interessados.
O preço é alto? Com certeza, mas tenho que reforçar que a moto surpreendeu não só a mim, mas a todos os jornalistas especializados que estiveram neste evento comigo e que também pilotam todas as motos que são lançadas mensalmente no mercado nos países que vivem.
Harley-Davidson LiveWire
Ela é realmente muito bem acertada e o tempo gasto pela marca desenvolvendo, fazendo ajustes, pesquisando opiniões com motociclistas por todo o Estados Unidos valeu a pena e o resultado é uma moto incrível! A experiência de pilotagem é visceral, e você se sente integrado com a moto após os primeiros quilômetros.
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Nos primeiros quilômetros eu ainda estava meio confuso com as respostas, lembrando que ao acionar o acelerador ela não entrega potência e torque de forma gradativa como no motor a combustão interna, ela entrega uma “patada” de 100% do que seu motor elétrico é capaz de gerar sempre que você aciona o acelerador, são 106 cv de potência e 11,8 kgf.m de torque.
Para seus 251 kg – que parecem muito menos durante a pilotagem – sobra motor e após se acostumar com as respostas diferentes do motorzão elétrico se aproveita muito mais a pilotagem. O ronco grave dos motores tradicionais dá espaço para um zunido que aumenta conforme a gente pesa a mão no acelerador ou seleciona o modo Sport, um dos quadro modos de pilotagem – de sete no total contando os ajustáveis ao seu gosto – que libera maior entrega da força do seu motor.
Com velocidade máxima limitada eletronicamente em 180 km/h, rodei em um circuito digno de TT Ilha de Man, com estradas intercalando retas com trechos sinuosos, além de uma bela vista ao redor. consegui atingir apenas 144 km/h de máxima (real) durante meu passeio com ela.
O visual e a ergonomia são de uma moto naked, e o “tempero” dela é a esportividade, com a eletrônica atuando muito forte para manter você seguro na moto, mas permitindo – propositalmente ou não – que a moto dê umas destracionadas leves nas frenagens fortes, deixando a pilotagem divertida para pilotos mais experientes e entregando algo que nenhuma Harley-Davidson tradicional conseguiu até hoje! Como curiosidade técnica, o intervalo de manutenção estipulado pela marca para a LiveWire é de 8.000 km.
A bateria é recarregada em 8 horas na tomada normal, 1 hora no carregador rápido
Destaco o conforto, a qualidade da ciclística, o comportamento dos freios, suspensões e claro, a força e boa autonomia do propulsor elétrico desenvolvido pela marca. Como eu já disse aqui, o preço é alto por toda essa qualidade, como acontece em toda nova tecnologia que chega ao mercado. A marca promete mais lançamentos de elétricas pensadas para ter preços mais acessíveis. Vamos acompanhar!
A moto está prevista para chegar ao Brasil em 2021, sabemos que para isso acontecer não basta a marca preparar sua rede de concessionárias, mas o governo também precisa melhorar questões como tributação fiscal sobre produtos elétricos – para que não sejam tão caros – e melhorar a estrutura de pontos de abastecimento para veículos elétricos, algo ainda escasso diante do número de veículos de quatro rodas que já temos e dessa safra duas rodas que pode chegar as nossas ruas.
No exterior a LiveWire têm dois anos de garantia, sendo 5 anos de garantia da bateria e intervalo de manutenção de 8 mil quilômetros. A autonomia pode chegar até 235 km rodando na cidade, e de acordo com a marca, mantendo 112 km/h constante (70 milhas por hora) a autonomia fica em 113 km, lembrando que todos esses dados são fornecidos pela marca.
Uma correção! no vídeo quando menciono “modo Eco” o nome correto do modo mais econômico é “modo Range”. Os modos de pilotagem são Range, Rain, Road e Sport, além de três modos ajustáveis, batizados de A,B e C, onde você pode ajustar os parâmetros do motor, de ABS e controle de tração ao seu gosto e deixar salvo para usar sempre!
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