Yamaha MT-03: veja nossa análise sobre essa moto

Em outubro de 2019 a Yamaha fazia o lançamento mundial da nova geração da MT-03. Em setembro de 2020 chegou a vez do Brasil receber essa atualização! Fomos convidados para o evento de lançamento nacional desse produto, que é bem importante para a Yamaha no mercado brasileiro, lançado oficialmente no dia 1º de setembro de 2020 e que chegou nas concessionárias na segunda quinzena do mês.

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Que a Yamaha ama a sua família MT não é novidade para ninguém. Desde o lançamento da MT-09, a primeira dessa fase de sucesso, toda moto com um “MT” no nome e o logotipo da Yamaha no tanque representa bons números de venda, seja na Europa, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil. Após o lançamento no mercado brasileiro da nova geração da esportiva R3, que ganhou muitas novidades, como nova ergonomia mais esportiva para o motociclista, painel todo digital e suspensão dianteira invertida, o fã da MT-03 – derivação sem carenagens da R3 – ficou se perguntando se a pequena naked ganharia essas melhorias e a Yamaha obviamente fez o que a gente esperava, aplicou a atualização de suspensão dianteira e painel na sua MT-03.

A nova geração da Yamaha MT-03 não perdeu sua essência, não é uma moto totalmente nova, mas traz melhorias importantes para agradar os atuais donos de MT-03 – que podem atualizar sua moto – e atrair novos motociclistas para a Yamaha, mais alinhada com a proposta MT.

O visual dela foi atualizado, bem mais próximo agora das linhas agressivas das irmãs maiores MT-07 e MT-09 – lembrando que no exterior existe também a MT-10, derivada da superesportiva R1. Destaque na renovação visual fica para o novo farol, que é todo em LED. Agora as setas dianteiras também são em LED, somando a lanterna traseira, que já era em LED. Com esse novo visual a MT-03 poderia tranquilamente ser usada como um dos personagens do Transformers, linha de brinquedos que virou desenho e também filmes onde veículos tem vida própria se transformam em robôs guerreiros e lutam para salvar o mundo. Se quer desligar o cérebro um pouco e ainda não conhecia, vale ver esses filmes.

O painel da MT-03 também mudou. Agora em LCD, todo digital, super completo em informações, dá um aspecto muito mais moderno para a moto. Sim, é o mesmo que já equipa a segunda geração da R3 lançada em 2019 no Brasil, com o detalhe que na MT aparece o logotipo da família no canto superior direito do painel.

As suspensões são novas. Na dianteira, o mesmo garfo telescópico invertido de 37 mm da nova geração da R3. Andei e gostei da melhora na estabilidade e controle da moto, principalmente para quem não domina técnicas de pilotagem esportiva e quer andar mais rápido, como eu. Na traseira, a calibragem da suspensão foi revista, o amortecedor tem pré-carga da mola em 7 níveis e sai de fábrica na posição intermediária (a 4). Pilotando mais esportivamente – e essa moto te instiga a isso – senti a necessidade de endurecer um pouco a pré-carga da traseira para a moto estar mais “no trilho”, lembrando que sou pesado, beirando os 100 kg quando estou equipado, então a sensação vai ser diferente se você pesar 60 kg, por exemplo. O curso das suspensões não mudou: são 130 mm na dianteira e 125 mm na traseira. Para a proposta e os 168 kg da moto achei bem calibrado esse conjunto.

Como na R3 2020, o sistema de freios da MT-03 não mudou, assim como os pneus e o seu motor. O bicilíndrico paralelo de 321 cm³, com câmbio de 6 velocidades. Os engates do câmbio são precisos e suaves, ela segue com 42 cv de potência máxima (declarado) entregues a 10.750 rpm e o pico de torque de 3 kgf.m (declarado) chega com 9.000 rpm. É exatamente o mesmo motor da primeira geração. O consumo do motor nesse primeiro test ride pela Estrada dos Romeiros e Rodovia dos Bandeirantes (no Estado de São Paulo) ficou em torno de 19 km/l.

No test ride confesso que não economizei na mão direita, acelerando mais do que devia, rodando em marchas menores para andar com o giro do motor alto, enfim, tentando conhecer ao máximo o que ela faz e deixa de fazer – esse é meu trabalho -, então essa média poderia ser melhor com alguém mais racional.

É um motor de esportiva, que gira alto (e tem velocidade máxima na casa dos 160 km/h), com pico de torque em 9.000 rpm e de potência com quase 11 mil rotações por minuto. Quer sentir o tempero apimentado dessa MT? Reduza uma ou duas marchas e faça essa rotação ficar acima de 9.000 rpm. Um detalhe: ela não tem embreagem deslizante… E eu não senti falta disso andando nela. Só me atentei a esse detalhe conferindo dados da moto para escrever essa análise. Curioso.

O desenho do tanque foi revisto, para um melhor encaixe das pernas – algo que só se percebe quanta diferença faz se pilotar a moto – e segue com 14 litros de capacidade. As entradas de ar deixaram a moto muito mais no estilo MT das irmãs maiores, mas elas são no caso da irmã menor da família, apenas decorativas.

A altura do assento continua com 780 mm e é considerado um assento baixo, o que é bem importante para quem tem baixa estatura e fica sem muita opção de motos que consegue pilotar.  Os pneus são modelo Metzeler Sportec M5 Interact, na frente com medida 110/70 – 17” e na traseira com medida 140/70 – 17”. Só andei no seco com o pneu e nessa condição gostei do comportamento dele, pois me deu confiança para andar mais rápido, lembrando que os freios não mudaram, tem disco de 298 na frente e disco de 220 mm na traseira, com ABS nas duas rodas.

A MT-03 modelo 2021 chega nas concessionárias Yamaha na segunda quinzena de setembro de 2020, com preço sugerido de R$ 25.490 + frete, tem quatro anos de garantia e revisão com preço fixo. Consultei no site da Yamaha em 31 de agosto os preços. É exatamente R$ 1.000 mais acessível que o preço que consta no site para a Yamaha R3. Com base no preço da MT-03 da primeira geração, modelo 2020 (R$ 23.690+frete), o acréscimo no preço foi de 7% (R$ 1.800).

O intervalo de manutenção dessa moto é a cada 5.000 km e as cores da nova geração da MT-03 são as mesmas: cinza, azul ou preto. No Brasil, a concorrência da MT-03 é grande: Honda CB 500F, Kawasaki Z400, KTM 390 Duke e BMW G 310 GS.

Se ficou com alguma dúvida deixe um comentário e eu te esclarecerei o mais rápido possível.

Fotos: Sthepan Solon e Yamaha