OPINIÃO

Big Brother Brasil dos motociclistas; uma análise das semelhanças

Em 2021 chegamos na 21ª edição do reality show Big Brother Brasil. Transmitido no Brasil pela Rede Globo, o ‘BBB‘ é um jogo onde pessoas com diferentes personalidades ficam confinadas dentro de uma casa, sem acesso a informações do mundo e vão a cada semana passando por etapas onde um jogador (ou jogadora) é eliminado por meio de uma votação do público. Mesmo que você não goste do jogo, da Rede Globo ou de qualquer coisa do tipo, te convido a ler a minha análise, porque o BBB traz muitas semelhanças com a vida de quem anda de moto. Até demais!

Primeiro ponto é a divisão que se cria em grupos com base nos gostos, e com a divisão se gera a rivalidade. Muita gente não gosta das pessoas que usam motos esportivas, muita gente não gosta de quem anda de (Honda) CG, muita gente não gosta de quem anda de Harley-Davidson. E assim como no jogo da TV, na maioria das vezes os argumentos são rasos e incoerentes, como naquela briga que faz um novo paredão no BBB e as pessoas não envolvidas diretamente tomam um lado como certo sem ter ouvido o outro. Super normal isso no mundo das motos, infelizmente, pois diferente do BBB que é um jogo aqui fora é vida real.

Segundo ponto é sobre as brigas inúteis do reality show que comovem as torcidas aqui fora, tornando bobagens como uma cobertura de bolo que uma pessoa diz que a outra comeu tudo e quando chega no bolo a cobertura está lá, fazendo  isso virar algo muito maior do que deveria. Algumas discussões no mundo das motos deveriam ser encerradas no primeiro momento possível, pois a maioria delas não ajuda em nada, divide os motociclistas e gera desinformação que acaba acertando quem não tem nada com as discussões, que são os iniciantes, homens e mulheres que querem começar a andar de moto e encontram um mar de informações erradas fruto dessas discussões. “Isso é grave meu parceiro, pega a visão!”

Terceiro ponto é o preconceito. Vemos declarações polêmicas no reality show sobre racismo, homofobia, até sobre pandemia e isso suja a ficha do jogador do reality show para o público que acompanha. No mundo das motos temos o preconceito contra quem tem moto de baixa cilindrada, preconceito contra quem está começando – quando o ideal seria exatamente quem é experiente acolher e dar suporte – e preconceito contra mulheres. “Acelera essa moto como homem, p****!” é um comentário que vi recentemente e ainda vejo muito, mas temos muita mulher que acelera muito mais que vários homens que conheço e não fica dando show querendo diminuir o coleguinha.

Só um exemplo: de incontáveis viagens que já fiz com moto, a melhor, a que vi mais parceria e o espírito bom do motociclismo foi um onde eu era o único homem em um grupo de seis motos viajando, porque não tinha ninguém querendo ser melhor que os outros no grupo e isso é… ÓTIMO! Totalmente desnecessário todo preconceito que vejo dos motociclistas. Já não basta o preconceito da sociedade contra nós motociclistas?

Em resumo, se você não quer ir para o paredão e ser eliminado do jogo com alta rejeição é muito simples: jogue para somar, jogue para unir. Se for para falar merda, ofender ou diminuir os outros só porque pensam diferente de você é melhor guardar sua opinião só para você. Chega de briga, chega de divisão, chega de preconceito de nós motociclistas contra nós motociclistas. Assim como vemos pela TV jogadores do Big Brother Brasil totalmente perdidos no jogo achando que estão certos é muito fácil ser o motociclista errado na história.

Então antes de sair brigando com os outros que tal ouvir mais, tentar entender quem pensa diferente de você, entender os motivos disso e se permitir aprender algo novo? Qual o legado que você quer deixar no motociclismo? Esse nosso jogo não é decidido pelo público, é por nós mesmos. Então faça o seu melhor.

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MARCELO BARROS

Marcelo é criador de conteúdo para motociclistas desde 2011. Compartilha seus erros e aprendizados para que mais pessoas entendam como é bom andar de moto todos os dias, usando ela da melhor forma possível, sem neurose.

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