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MotoGP: Análise do GP de Portugal, com vitória de Quartararo

No dia 18 de abril de 2021 foi realidade o Grande Prêmio de Portugal, etapa 3 do calendário do Mundial de Motovelocidade. O circuito português em Portimão retornou ao calendário da MotoGP em 2020, como a etapa final, mas na corrida de 2021 vimos muita coisa diferente. Vamos aos destaques.

Começando pelos treinos. Muito barulho pelo retorno do piloto Marc Márquez, da equipe Honda, que ficou fora do campeonato por 9 meses, desde o acidente na corrida 1 de 2020, onde fraturou o braço. Aprovado pelos médicos, Marc retornou a sua RC213V – para alegria dos chefões da Honda, que estão sofrendo sem resultados bons com a ausência do seu piloto colecionador de títulos.

Francesco Bagnaia tem se destacado entre os pilotos Ducati pela evolução nas corridas e pela constância. Fez bonito em Portugal!

Alheio ao piloto Honda, vimos os melhores tempos os pilotos Yamaha e Ducati no topo da tabela se revezando. No qualificatório Francesco Bagnaia (Ducati) fez uma volta rápida que seria a pole position, mas foi cancelada por não ter respeitado uma bandeira amarela nessa volta, motivada pela queda do piloto KTM Miguel Oliveira. Com isso a volta rápida oficial – e novo recorde da pista – foi de Fabio Quartararo, da Yamaha, com 1min38s862. Na primeira fila com Fabio vimos a Suzuki de Alex Rins e a Ducati (satélite) de Johann Zarco, que chegou em Portugal com líder da temporada. Acompanhando a saga do retorno de Marc Márquez, ele finalizou o qualificatório finalizou em sexto lugar, como o melhor piloto Honda.

Na corrida, entre os 3 primeiros do grid vimos apenas Fabio usar pneu duro na traseira e médio na dianteira, enquanto Rins e Bagnaia usaram médio nas duas rodas. Na largada Zarco saltou na frente com sua Ducati, seguido pela Suzuki com Alex Rins e pela Honda com… Marc Márquez! Após uma volta bem quente, com muitos contatos entre os pilotos, Joan Mir (Suzuki) assumiu o terceiro lugar e Marc Márquez perdeu algumas posições. Para o outro piloto Honda, Pol Espargaró, o dia foi péssimo, pois abandonou a prova por falha técnica no freio traseiro da sua RC213V… Coisas de corrida.

Nas primeiras voltas da corrida, Ducati com Zarco, Suzuki com Rins e Honda com Marc Márquez! Quem estava com saudades do piloto 93?

Detalhe sobre a largada. Maverick Viñales fez uma largada péssima e foi para o fim da corrida, em penúltimo lugar. No sentido contrário Francesco Bagnaia foi subindo posições durante a prova. O outro piloto Ducati, Jack Miller, que começou o ano com mais pressão por ser mais experiente, finalizou duas corridas em nono e em Portugal estava no primeiro grupo, porém, caiu sozinho e saiu de Portugal com zero pontos. Fato bizarro: com a queda de Miller, acabou abrindo um ou mais pontos da recente operação que teve no braço após a corrida 2 no Catar. Nada grave, mas a foto do braço com curativo e sangue me chocou um pouco.

Outros pilotos também ficaram pelo caminho. Miguel Oliveira, que venceu nessa pista em 2020 com a KTM caiu sozinho, voltou para a pista e finalizou em 16º, uma posição abaixo da zona de pontuação. Valentino Rossi, piloto Yamaha, também caiu sozinho e foi fim de prova. Já são três etapas que não foram positivas para a lenda viva da MotoGP e todo ano ele repete que vai ver até a metade da temporada para decidir se continua ou não. Se manter assim vai ser complicado renovar.

Maverick Viñales, piloto Yamaha de MotoGP
Após boas provas no Catar, Viñales teve uma prova bem abaixo do esperado em Portugal, enquanto seu colega de equipe deu show com a mesma moto. Ai ai ai!

Voltando ao grupo da ponta, Rins e Quartararo passaram Zarco e começaram a se isolar dos demais, baixando seus tempos de volta cada vez mais. Quartararo assumiu a liderança e Rins não conseguiu acompanhar o ritmo do piloto Yamaha, caindo sozinho na curva 5. Fim de prova para o piloto Suzuki que foi para casa com zero pontos. Poderia ter aceitado o segundo lugar e somado 20 pontos na temporada, pois estavam com vantagem segura sobre os demais. Mas no calor da corrida deve ser complicado pensar na temporada. Coisas de corrida, mas isso pode custar a Rins ficar fora da disputa pelo título – como ocorreu em 2020.

No grupo após Quartararo, Bagnaia passou Zarco e assumiu o segundo lugar na corrida. Assim como ocorreu com Rins, Zarco não conseguiu acompanhar o ritmo de Bagnaia e caiu sozinho. Desastre para o time satélite da Ducati em Portugal, após uma ótima etapa 2: Zarco perde a liderança e sai de Portugal com zero pontos e Jorge Martin nem correu pois caiu no treino livre 3 e infelizmente se machucou.

Não teve chance pra ninguém! Foi dia de Quartararo com a Yamaha. Desempenho impecável e a escolha de pneu duro na traseira fez diferença na prova.

Fim de corrida! Fabio colocou cinco segundos sobre a concorrência durante a corrida, o que mostra como era seu dia de vencer. Vitória de Quartararo com a Yamaha, segundo lugar para Bagnaia com a Ducati e terceiro lugar para o Joan Mir, o atual campeão da MotoGP com a Suzuki. Três pilotos, três fábricas diferentes, mostrando o equilíbrio técnico do campeonato. Isso é ótimo.

Foi a segunda vitória de Fabio na temporada e a terceira vitória da Yamaha em 2021. A última vez que a Yamaha ganhou as três primeiras do ano foi em 2010. Naquele ano as vitórias 2 e 3 foram de Jorge Lorenzo, que foi campeão de 2010. Cedo para falar de título? Com o histórico de Fabio em 2020 sim, é cedo, porém, o próprio piloto afirmou que entre as mudanças de 2020 para 2021 estão 70% na sua mentalidade e 30% na moto. E nas competições isso é decisivo para mudar o jogo.

Yamaha, Ducati e Suzuki no pódio. As marcas assumiram protagonismo na MotoGP, enquanto o conjunto Honda e Marc Márquez não volta a ser 100%. Vão seguir na frente?

Marc Márquez no seu retorno ao mundial foi muito bem. Finalizou a prova em sétimo lugar e nas cenas pós-corrida foi possível ver a emoção do piloto ao botar um fim em um período ruim na vida de todo piloto. Também foi visível que ele ainda não está 100% com seu preparo físico. Se já fez isso sem estar 100%, em uma pista complicada, podemos esperar que ele coloque pimenta na disputa pelo título em 2021.

Abaixo o top 10 dos pilotos na corrida, com a diferença do tempo para o vencedor.

1. Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP)
2. Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) + 4.809
3. Joan Mir (Team Suzuki Ecstar) + 4.948
4. Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT) + 5.127
5. Brad Binder (Red Bull KTM Factory Racing) + 6.668
6. Aleix Espargaro (Aprilia Racing Team Gresini) + 8.885
7. Marc Marquez (Repsol Honda Team) + 13.208
8. Alex Marquez (LCR Honda Castrol) + 17.992
9. Enea Bastianini (Avintia Esponsorama) + 22.369
10. Takaaki Nakagami (LCR Honda Idemitsu) + 23.676

Na classificação da temporada após 3 corridas Fabio Quartararo assume a liderança da MotoGP com 61 pontos, abrindo 15 de vantagem para Francesco Bagnaia, que soma 46 pontos.

A etapa 4 é em Jerez, Espanha, marcada para 2 de maio. Pista onde muitos pilotos se sentem em casa e que Quartararo venceu 2 vezes em 2020. Para ver o calendário completo da MotoGP clique aqui.

MARCELO BARROS

Marcelo é criador de conteúdo para motociclistas desde 2011. Compartilha seus erros e aprendizados para que mais pessoas entendam como é bom andar de moto todos os dias, usando ela da melhor forma possível, sem neurose.

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