Dovizioso e Márquez dão show no GP da Áustria 2019
No último fim de semana o Mundial de Motovelocidade realizou o GP da Áustria, país onde fica a sede da KTM, mas no circuito RedBull Ring quem domina desde 2016 é a Ducati. O motivo é simples. É o circuito com mais retas do calendário e é nas longas retas onde a Ducati, moto de Andrea Dovizioso, ainda se destaca sobre as rivais.
Nos qualificatórios no sábado, Marc Márquez, piloto oficial Honda, quebrou o recorde da pista – que era da Ducati desde 2016 – e colocou quase meio segundo sobre Fabio Quartararo, piloto satélite Yamaha, que também deixou a favorita Ducati oficial de Andrea Dovizioso para trás, largando em terceiro lugar no grid.
No domingo, pista seca após uma manhã com pista molhada nas provas que são realizadas antes da MotoGP (MotoE, Moto3 e Moto2), a largada já foi uma loucura! Márquez bloqueou a passagem de Dovizioso na curva 3 – que precisou frear forte para não bater – e Quartararo aproveitou que os dois espalharam para fora da curva para liderar a prova por algumas voltas.
Logo Márquez e Dovizioso buscaram e passaram por Quartararo, mostrando nitidamente como a Yamaha ainda precisa de mais potência para render melhor nas retas, reclamação que Valentino Rossi, piloto oficial Yamaha, já fez após provar o motor 2020 da marca em Brno…
Márquez assumiu a liderança por algumas voltas, mas Dovizioso manteve-se perto por toda a prova, até conseguir ultrapassar o piloto Honda. Só que Márquez passou novamente Dovizioso faltando três voltas para o fim da prova.
Quando esperávamos que Márquez fosse quebrar a sequência de vitórias da Ducati… Dovizioso vai para o tudo ou nada na última curva da última volta e consegue passar Márquez e vencer a prova, garantindo um final de corrida eletrizante!
Quartararo finalizou a prova em terceiro sem ser incomodado pelos pilotos oficiais Yamaha. Rossi e Maverick Viñales finalizaram em quarto e quinto, respectivamente.
O que influenciou o resultado?
Primeiro de tudo, vamos ser francos aqui. Quem tinha obrigação de vencer nessa pista? A Ducati. É o circuito em toda temporada que mais favorece suas motos, depois do Qatar, a outra etapa que Dovizioso conseguiu vencer esse ano.
Dovizioso acertou na escolha do pneu traseiro. Usou o macio, enquanto Márquez optou pelo pneu médio. Como o clima estava mais frio que no sábado, as motos funcionaram melhor com o pneu macio, não perdendo desempenho até o final da corrida, como era esperado que ocorresse na teoria.
Mas além da escolha, Dovizioso foi para o “tudo ou nada” na última curva da última volta pois como eu disse, tinha obrigação de ganhar em uma pista Ducati. Se perdesse de Márquez onde tem vantagem técnica, ganharia onde?
Seria um grande golpe na Ducati se Dovizioso tivesse perdido a disputa. Dovizioso sabia. Se errasse a manobra final, no mínimo diriam que ele tentou até o final lutar pela vitória, o que grandes pilotos fazem. E é sempre bom lembrar que os Deuses da velocidade favorecem os ousados…
No caso das Yamaha oficial, um dos motivos de terem sido superadas pela Yamaha satélite foi também a escolha errada dos pneus. Quartararo usou pneu macio e Rossi e Viñales usaram pneus médios. Fabio tem evoluído muito rápido na Yamaha e pode ter um futuro brilhante na MotoGP.
Foi uma pena que Pol Espargaró, melhor piloto KTM na temporada, teve problema com a moto no começo da prova e Cal Crutchlow, piloto satélite Honda, acabou caindo ao tentar desviar da KTM. Ambos abandonaram a prova.
Além disso, Jack Miller, piloto satélite Ducati, que caiu sozinho quando era o quarto na prova, pois poderia ter dado ainda mais emoção para a prova, que acabou polarizada entre Honda e Ducati.
Mudanças na KTM
Após a corrida, novidades na KTM. A marca renovou contrato de permanência na MotoGP por mais 5 anos, mas ao mesmo tempo cancelou seu projeto na Moto2. O foco da marca pelo visto é investir mais no projeto da MotoGP, para acelerar sua evolução. Outra novidade foi a antecipação do fim do contrato de Johann Zarco, piloto oficial KTM na MotoGP.
Sem resultados, foi oficializada sua saída antecipada no final de 2019. Para a vaga, a marca ofereceu a moto para Dani Pedrosa, atualmente piloto de testes KTM, e se ele não topar, irá passar para outros pilotos.
Meu palpite é que Miguel Oliveira assuma a moto de Zarco, e que Brad Binder suba da Moto2 para a moto satélite. Veremos as novidades sendo oficializadas em breve!
Lorenzo retorna em Silverstone
A próxima etapa será o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, onde veremos possivelmente o retorno de Jorge Lorenzo para a Honda. O piloto tem sido novamente algo de rumores sobre seu futuro.
Foi confirmada a sondagem feita para ele assumir a moto de Jack Miller na Ducati satélite – o que traz dúvidas sobre o futuro de Miller, pois seu contrato ainda não foi renovado para 2020. Lorenzo também foi citado sobre um possível retorno para a Yamaha, na equipe satélite, onde hoje temos Quartararo e Franco Morbidelli – que está abaixo do esperado.
Enfim, muita coisa aconteceu e sim, o Mundial ainda está aberto. Com a ‘derrota’, Márquez ainda tem 58 pontos de vantagem sobre Dovizioso. As duas pistas onde a Ducati tem vantagem técnica já passaram (Qatar e Áustria), mas tudo pode acontecer quando falamos de MotoGP!
Gostou do conteúdo? Então me acompanhe também nos outros canais!
Instagram I Youtube I TikTok I Podcast I Newsletter