Tour da Crosser: Uma moto pequena e a melhor viagem da vida!
No primeiro semestre de 2019 fui convidado pela Yamaha para participar da terceira edição do Tour da Crosser. Para você que estava em outro planeta e chegou agora na Terra, a Crosser é a trail de baixa cilindrada da Yamaha, com 150 cm³ de cilindrada e que ganhou melhorias na atual geração, como freio ABS na roda dianteira e freio a disco na traseira.
O Tour da Crosser é uma ação da fabricante japonesa para divulgar em primeiro lugar o quanto essa trail é valente e honesta. Capaz de fazer muito mais do que a maioria das pessoas acredita, por puro preconceito – eu era uma dessas pessoas antes da viagem. O Tour da Crosser já foi realizado antes com destinos incríveis como a Amazônia e percorrendo a Estrada Real. Sim, tudo isso em uma moto 150.
Dessa vez, o desafio era maior, o percurso era maior (2.100 km), eram mais dias (8) e tempo em cima da moto, passando por lugares incríveis e clássicos dos motociclistas, como Serra do Rastro da Serpente, que liga Campo Largo, SP, com Curitiba, PR, a Estrada da Graciosa, no Paraná e a Serra do Corvo Branco, na região de Urubici, em Santa Catarina.
O destino final foi São Miguel das Missões, lá no Sul do Brasil, mais precisamente nas ruínas históricas, um dos cartões postais do Rio Grande do Sul, recheado de histórias – não tão belas para os índios que ali viviam, mas isso é outra história.
Se você colocar em um GPS ou na internet para traçar uma rota por esses pontos que citei, com certeza vai encontrar caminho com muito asfalto e certa tranquilidade. Mas, a ideia do pessoal da Yamaha era colocar os participantes e a sua moto nas mais desafiadoras condições de uso possível!
Chegando à fábrica da Yamaha, em Guarulhos, SP, conheci os participantes que iriam encarar esse desafio comigo. Até então isso era um segredo! Comigo, um simples motociclista, nessa jornada estavam:
- Jorge Negretti, um ícone do motociclismo brasileiro em atividade, que é o embaixador da Crosser;
- Ricardo Martins, piloto oficial de rali da Yamaha, acostumado a encarar provas insanas como Rally dos Sertões e que já correu até no Rally Dakar;
- Wellington Garcia, multicampeão de motocross – com uma história de vida animal – que agora compete de Yamaha no Brasileiro de Motocross;
- Eliana Malizia, jornalista e influenciadora. A única mulher piloto no grupo;
- Marcelo Fernandez, youtuber do canal Vem na Garupa;
- Laner Azevedo, assessor de imprensa da Yamaha.
Sete pilotos e sete motos disponíveis. A Yamaha Crosser tem duas versões: a S, com para-lama baixo como na primeira geração de 2014 e a Z, com para-lama alto e sanfonas na suspensão dianteira, para dar um ar mais aventureiro para a moto. Escolhi uma S preta para encarar o desafio comigo.
Saindo da fábrica fomos até Sorocaba, SP, no primeiro dia. Deslocamento curto, um preparo para a aventura que começaria no segundo dia, em Capão Bonito, SP, início da icônica Serra do Rastro da Serpente. A estrada em quase 1.300 curvas em cerca de 260 quilômetros.
Foi a primeira vez que fiz essa estrada de ponta a ponta, pois sempre descia pela BR-116, e chegava até ela em Apiaí, fazendo a “segunda perna” da estrada, onde a estrada é mais sinuosa e divertida.
Me surpreendi com a qualidade do asfalto, pois ouvia relatos sobre essa primeira parte da estrada tem trechos muito ruins. Pode ir com qualquer moto que vai curtir ela de ponta a ponta com segurança e belas paisagens!
No terceiro dia, descemos outro cartão postal brasileiro para motociclistas, a Estrada da Graciosa. Como estávamos com motos trail, passamos pelo trecho original da estrada, que é todo de terra e com muita natureza ao redor e isso rendeu belas imagens e mais diversão ao grupo.
Descemos a Graciosa e chegando em Morretes, terra onde é quase obrigatório comer o delicioso Barreado, prato típico da região, apenas passamos reto, pois o destino final do dia estava longe, era o Centro de Treinamento dos pilotos da equipe Geração Yamaha, em Biguaçu, já em Santa Catarina.
Após muita estrada, pegar a balsa e mais estrada, chegamos ao destino. Eu já conhecia o lugar de 2014. Lá fomos recebidos com chuva, mas o grupo já estava muito unido e com o espírito aventureiro lá em cima. Nada de reclamar, só agradecer por estar ali em plena segunda-feira!
Lá tive a oportunidade de andar na moto de rali do Ricardo Martins, uma WR 450F preparada para a modalidade. Que moto espetacular! Mas obviamente peguei bem leve… Vamos deixar isso para os profissionais!
Fiquei imaginando uma moto assim para poder usar todo dia! Também andei de quadriciclo lá e conheci a pista de enduro deles que chega lá no alto, onde a vista é de tirar o fôlego.
Ali já estava encantado com Santa Catarina e ainda tinha muito mais para ver pelo caminho. Os três pilotos do grupo (Ricardo, Jorge e Wellington) entraram na pista de motocross e deram show de habilidade com suas motos.
Wellington gostou tanto da brincadeira que entrou na pista com a sua Crosser – lembrando que todas as motos rodaram 100% originais – e mostrou que se o piloto der conta, não importa a moto, a diversão é certa!
Nesse dia foi a primeira vez que vi alguém emendando as mesas da pista de motocross com uma Crosser. Fim da brincadeira, hora de ir embora da pista. Wellington subiu na moto e seguiu o caminho como se nada tivesse acontecido.
AVISO!
Esse texto tem duas partes. Viagem boa é assim mesmo! Para continuar lendo – o que te indico muito pois a viagem melhora na parte 2 – clique aqui.
Fotos: Stephan Solon e Idário Café
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Que belo texto Marcerlão, descreveu muito bem tudo, a moto, a trip, a equipe e a família que participou dessa aventura insana!!! TMJ!!!!
Viagem para lembrar para sempre. Abraço!