Você sabe responder por que anda de moto?
No dicionário está assim: Motocicleta. substantivo feminino. Veículo motorizado, maior e mais pesado que uma bicicleta, mas semelhante a esta por possuir duas rodas alinhadas uma atrás da outra e transportar somente mais uma pessoa além do motociclista; moto.
A pergunta do título desse texto sempre entra nas conversas dos motociclistas, seja filosofando sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo – o que adoramos fazer -, ou inspirados por aquele documentário lindo de 2013 chamado “Why we ride” (Por que nós pilotamos, em uma tradução direta). Pensei um pouco para tentar responder isso de forma mais honesta comigo mesmo e resolvi compartilhar aqui com você, que acompanha o MOTORDOMUNDO.
Eu decidi que iria pilotar motos primeiramente porque é um veículo mais acessível do que um carro. Simples assim. Eu tinha condição de comprar uma Honda CG 125 usada – pagando parcelado – e assim que tudo começou. Sempre gostei muito de andar de bicicleta, muito mesmo, foi uma transição mais natural. No começo a ansiedade era mais forte, eu não dominava a moto, era dominado por ela e pelos meus medos, afinal, quem nunca ouviu alguém chegar e falar que “a motocicleta é perigosa”.
Fui me acostumando e logo fui notando um mundo de possibilidades. A primeira delas com a moto foi largar o curso de química que fazia – e me sentia bem perdido – para fazer um curso de automobilística na cidade vizinha. Não tinha coragem de gastar quase três horas de vida no ônibus indo e vindo para lá…
Na verdade, eu nem tinha esse tempo livre para usar antes da moto, pois trabalhava em uma terceira cidade ia com transporte público gastando mais umas três horas de ida e volta por dia. Mas como na minha CG 125 esse tempo caiu para uma hora facilitou demais minha vida e afetou até a minha carreira, tanto que hoje minha profissão é totalmente ligada ao motociclismo.
Já tive carro por um curto tempo, e sei dos seus benefícios – como encher o carro com a família ou amigos – mas seus contras sempre foram maiores que seus prós. Sempre. Escuto muita gente falando algo como “Se você não quer tomar chuva ou ter que usar equipamentos de proteção, vá de carro”… Mas nem todo mundo tem condição de comprar um carro. E aí, como faz? Vai de moto mesmo.
Entendi como a moto melhorou minha qualidade de vida, me permitiu estar em mais lugares em menos tempo e gastando muito menos dinheiro. A moto também é uma ótima forma de fazer amizades, pois é uma escolha ainda muito mais emocional do que racional – mesmo com tantos motivos super racionais para você esquecer do carro e ter uma moto agora – pois a emoção conecta as pessoas, as experiências mais viscerais de pilotar uma moto conectam as pessoas.
Já sofri acidente, já tive moto que me deixou na mão na rua por defeito, motocicleta roubada – e também furtada – e nada disso afetou minha paixão por essa vivência que esse veículo me dá. Pelo contrário, cada experiência me dá lições que me fazem gostar ainda mais disso!
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Por que eu ando de moto? Porque me sinto vivo, porque me sinto fazendo bom uso do meu precioso tempo e do meu dinheiro. Porque ela me proporciona experiências memoráveis. Não tenho uma para parecer bem sucedido para alguém. Isso não me importa. Tenho uma motocicleta porque ela faz da minha vida algo mais feliz.
Aproveitando que falei da minha primeira moto aqui, ouça o episódio inicial do podcast, onde falo do meu começo na moto.
E você, por que decidiu ter uma moto?
Eu ignorei motos por um bom tempo. Meu primeiro veículo foi um carro, que tenho ainda e me é necessário pq tenho família pra levar. Por causa de grana fui atrás de uma moto, a contragosto, pra economizar quando não precisasse andar com minha bicharada, só que foi um caminho sem volta. Não me vejo mais se minha Cruiser velha, fora de linha e sem peças de reposição originais. Ela me trouxe um universo novo de muitas possibilidades. Ela me trouxe alguns irmaos do peito que estão aí pro que der e vier. Aprendi um pouquinho mecânica por causa dela. Quando me toquei, não era mais só um veiculo de transporte. Aprendi muito da vida.
Que belo relato, Luis. É sobre isso o misterioso diferencial que as motocicletas entregam na vida de quem as escolhe. Seguimos acelerando!
Eu comecei a pilotar pela praticidade, economia… 18 anos, sem grana pra manter a gasolina do carro… uma traxx sky 110 era tudo o que eu conseguia manter com um salário de estagiária…
Com o tempo fui tomando gosto pelo ventinho, pela liberdade, por sentir o cheiro de molhado na pista, o vapor do calor do asfalto depois da chuva e também sentir a natureza em volta… quando saía da faculdade tarde da noite, eu sempre pegava o caminho mais longo, passava pelo parque, pra poder sentir tudo isso.
A shadow hoje é a melhor experiência que eu já tive, não é a moto mais veloz, não é a moto mais segura, não é a moto mais nova (97/98), mas é a primeira moto que eu andei, com 6 anos, na garupa do meu pai… Ela tem história, eu tenho história com ela… E toda vez que estou com ela eu lembro que sou apaixonada pelo meu pai, minha família e pela liberdade da moto…
Em resumo, é isso! Hehe
É isso aí, Marinna! Valeu por compartilhar esse belo relato! Na dúvida, acelera! =)
Comecei a andar de moto por simples curiosidade, com ela tive momentos excelentes e outros nem tanto, passei frio, dores no corpo, tomei chuva, várias delas, já quis largar disso tudo, mais de uma vez, mas não sei como explicar, sempre volta a vontade de fazer tudo denovo, dois dias depois de um episódio ruim é incrível como já estamos contando minutos pro próximo passeio….não vou dizer se é barato, isso é relativo a vida de cada um e sabemos que algumas vezes elas são tão caras quanto um carro, do qual evito a todo custo. A moto te traz uma sensação única, a de ser o mais próximo possível a real sensação da liberdade.
Belo relato, Guilherme! Concordo contigo em muitos sentidos. A moto nos oferece muito aprendizado, muito autoconhecimento. Abração!