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Pan America: entenda a importância dessa moto para a Harley-Davidson

Esse não é um texto técnico sobre a nova maxitrail da Harley-Davidson, a Pan America, que teve sua apresentação oficial no dia 22 de fevereiro de 2021. Isso vamos trazer em outro momento, pois por enquanto não temos a previsão de quando essa moto chega ao Brasil. Esse texto é para analisar a importância de uma moto como essa para resgatar a Harley-Davidson dos sucessivos anos de queda nas vendas de moto no mundo todo. A marca precisa virar o jogo e a Pan America é a primeira arma para resolver isso!

O que ela tem de especial? Primeiramente é uma moto criada do zero, uma moto nova que não é uma atualização de uma moto atualizada de outra moto atualizada que foi lançada em 1950. A Pan America segue outra receita, um novo caminho. E isso é ótimo para dar um novo fôlego para a marca.

Harley-Davidson Pan America Special
Harley-Davidson Pan America Special

Usando como inspiração para vender a ideia de uma aventureira autêntica na linha de produtos junto com as tradicionais custom, buscaram referências do começo da marca, lá nos anos 1900 com as corridas onde não havia asfalto, as subidas de montanha, as competições de offroad onde entraram e ganharam, sem esquecer das guerras onde os soldados do exército usou motos Harley-Davidson preparadas para encarar qualquer terreno. Em resumo, eles tem currículo para lançar uma aventureira e isso ninguém que fizer uma pesquisa mínima pode negar.

Dito isso, tinham 2 caminhos na hora de criar essa moto. O primeiro seria criar uma moto espartana, usando o mesmo motor Milwaukee-Eight 114, usado na maioria das motos Harley-Davidson na atualidade. Economizar ao máximo e colocar no mercado apenas porque existe a demanda de uma maxitrail em qualquer marca que fabrica motocicletas. Ouso dizer que hoje é a categoria de motos – de alta cilindrada – com mais procura.

Pan America, uma Harley-Davidson que encara sem problema qualquer terreno

O motivo é simples: as motos maxitrail hoje garantem muito conforto tanto para piloto quanto para garupa. Além disso, o desempenho dos seus motores e da ciclística permitem que você anda tão rápido quanto em uma moto esportiva, com a mesma dose de adrenalina. Mas ainda tem como diferencial a possibilidade de te levar a lugares fora do asfalto com conforto, tranquilidade e segurança, onde outros tipos de moto podem até ir, mas não com a mesma facilidade.

Retomando meu pensamento, em um mercado tão competitivo de motos maxitrail uma moto simples, espartana, com um motor pensado para motos custom, por mais que se alterasse relação de transmissão e mapas de injeção não o deixaria adequado para uma maxitrail, então a Harley-Davidson fez a lição de casa e criou um novo motor, batizado de ‘Revolution Max’. 

O motor é um bicilíndrico em V (seguindo o DNA da marca) mas é completamente diferente do usado nas outras motos da marca. Esse motor é de curso curto do pistão, enquanto o das outras motos é de curso longo.  É arrefecido a líquido, tem comando de válvulas variável, 152 cv (150hp) de potência máxima a 9.000 rpm e 13 kgf.m de torque a 6.500 rpm. Pode não ser o mais forte do mercado, mas tem ‘pimenta’ suficiente para deixar a experiência de pilotagem prazerosa.

Para uma moto que deve iniciar um novo capitulo na história da marca, um novo motor, o Revolution Max 1250

A velocidade máxima divulgada pela marca na apresentação foi de 217 km/h e deixaram claro que isso é com a moto carregada.  Vale como curiosidade dizer que é a primeira vez que me lembro da Harley-Davidson divulgar a potência máxima de uma moto (entenda esse fato como preferir). Para explorar as possibilidades desse motor e porque não dizer da moto, ela tem modos de pilotagem disponíveis, incluindo opções ajustáveis pelo motociclista. Só esse novo motor – que poderia ser aplicado nas outras motos da marca – já representa uma nova e porque não dizer melhor visão do mercado e do que o motociclista procura. Vale comentar que a marca fez um esforço para reduzir o peso dela – obrigação em uma moto maxitrail – deixando com 242 kg na versão base. Mas a marca foi além com essa moto…

Ela fez duas versões, e não muda só a pintura. A Pan America Special, com acessórios simples de série como o protetor de mão, oferece itens diferenciados como suspensão semi-ativa, farol adaptativo. Uma tecnologia que achei curiosa que oferecem na Pan America como opcional é o Adaptative Ride Height. Isso é genial porque reduz a altura do assento em até 5 cm quando o motociclista para a moto, e sobe para a altura original quando a moto está em movimento.

Versão base da Pan America

Apesar desse sistema opcional custar 1000 dólares ele permite que pessoas de baixa estatura possam ter uma maxitrail sem sofrer com a altura da moto em cada saída e parada. Gosto quando marcas criam recursos que permitem ao motociclista escolher se quer ou não determinada tecnologia (lembrando que essa é opcional) e que servem para tornar a moto mais acessível.

Com tanta tecnologia o preço ficou alto… Em um primeiro momento pensei que a Harley-Davidson posicionaria essa moto como modelo de entrada mas errei na análise. Nos Estados Unidos a versão base custa $ 17.319 e precisamos ver quando essa moto chegar ao Brasil se o preço não ficará tão alto e se o brasileiro vai entender todos os pontos positivos dessa moto. Essa moto pode (e deve) se tornar um divisor de águas na história da Harley-Davidson exatamente por fugir do padrão icônico da marca de visual e de desempenho.

Abaixo deixo a apresentação oficial da Pan America. Caso você abra sem as legendas em português basta configurar pois esse vídeo tem disponível.

Torço para estar certo no que penso sobre isso e quero saber a sua opinião. Deixe um comentário.

MARCELO BARROS

Marcelo é criador de conteúdo para motociclistas desde 2011. Compartilha seus erros e aprendizados para que mais pessoas entendam como é bom andar de moto todos os dias, usando ela da melhor forma possível, sem neurose.

6 thoughts on “Pan America: entenda a importância dessa moto para a Harley-Davidson

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