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Honda X-ADV é (r)evolução para as scooter; veja análise

A diferentona Honda X-ADV chegou ao Brasil em 2017 no Salão Duas Rodas. Sua receita traz elementos das maxitrail e condição real para encarar os caminhos sem asfalto com segurança, quebrando o paradigma de que toda scooter é limitada quando acaba o asfalto.

Pude provar esse modelo em sua versão mais atual, que existe desde 2018, com controle de tração e um modo extra que melhora o comportamento do câmbio automático no fora de estrada. Considero essa scooter uma das grandes novidades dos últimos anos no mundo das motos. Se já quer ver o vídeo, basta clicar na imagem abaixo. Se quer terminar de ler a análise em texto, basta continuar descendo a tela.

A história real que inspirou a sua criação é bem curiosa, baseada no simples princípio de ter um problema e tentar resolver ele. Em um feriado na Grécia, o italiano Daniele Lucchesi, na época gerente de marketing da Honda em Roma, alugou uma scooter para ir à praia, mas seu passeio foi frustrado, pois havia um trecho sem asfalto no caminho, pelo qual ele não passava com a sua scooter tradicional alugada.

Frustrado com isso, idealizou um scooter que permitisse pequenas aventuras, independentemente do caminho e sem requerer muito domínio de técnicas de pilotagem off-road. Grandes ideias surgem de problemas que ainda não foram resolvidos. Bingo! O “ADV” do seu nome tem dois significados. É de adventure, ou aventura em português, e também de advanced, ou avançado se traduzido. E sim, posso dizer que ele faz jus a esse duplo sentido da sigla após provar na viagem-teste.

criadores da xadv
Esses são os criadores da Honda X-ADV

O visual é original, futurista, com iluminação toda em LED e o acabamento é realmente muito bom. Eu realmente me diverti durante essa avaliação e não sou um fã de scooter… Sinal de que a receita inusitada de Lucchesi deu certo. Tenho 1,83 m de altura. Para não dizer que achei tudo perfeito, o que me chamou a atenção no primeiro contato foi a altura do assento, que é de 820 mm, alto para mim, lembrando uma… maxitrail, com o diferencial de ter espaço sob o assento para guardar suas coisas. No caso, 21 litros de capacidade com limite de peso de cinco quilos.

Além da altura, o assento é relativamente largo – normal nas maxiscooter. Ou seja, ao subir na Honda X-ADV fique alerta porque ela não é baixa como as scooter que você conhecia até aqui! Falando nisso, a distância ao solo é de 165 mm, maior do que as scooter que eu conheci até hoje. A sensação é de estar montado em uma maxitrail, inclusive na posição de pilotagem, pelo que vê de quem está sentado nela, dos protetores de mão, do para-brisa ajustável manualmente – com variação de 13,5 cm entre as duas alturas.

Outro detalhe que também me lembrou das maxitrail foi o peso da X-ADV: são 238 kg de peso cheio, o que, somado à altura do assento, pede cautela nas manobras de baixa velocidade no primeiro contato. Pelo menos até você se adaptar com suas proporções, principalmente se você não é uma pessoa alta. Quando colocamos a X-ADV em ação as proporções de maxitrail, que impõe respeito, “somem” e ela se destaca pela agilidade, conforto e facilidade de manobrar.

frente da scooter honda x-adv

Isso é resultado de um conjunto bem acertado e do largo guidão, que é o mesmo da Africa Twin! O motor bicilíndrico é o mesmo da crossover NC 750X, com 745 cm³, que trabalha em baixas rotações e com respostas que lembram um motor em V, com som grave, encorpado. A X-ADV não traz câmbio CVT, normal nas scooter. Ela usa o DCT, um câmbio de dupla embreagem. No punho direito você pode selecionar entre o N (Neutro), D (Drive) ou S (Sport), e no punho esquerdo os botões “-”, na parte inferior do punho, e “+”, que está posicionado onde normalmente ficava o lampejador de farol, na parte do punho virada para a frente da moto.

Eles permitem operar o câmbio manualmente, trocando as seis marchas disponíveis conforme o seu gosto. Durante a viagem, a média de consumo ficou em 21,5 km/litro. E na hora de estacionar, a X-ADV tem freio de mão, não esqueça de usar ele ao parar em desníveis! A estabilidade passa segurança independentemente da condição de uso. No nosso trecho longe do asfalto notamos outro detalhe: o ABS que atua nas duas rodas não pode ser desativado. Por isso, moderamos um pouco o uso do acelerador ao andar na terra com pouca aderência.

scooter Honda
Uma ideia diferente com um projeto bem desenvolvido e o resultado é esse: uma máquina de gerar alegria!

Como tem aro de 17” na dianteira – como qualquer crossover – não dá para esperar um comportamento de trail, mas apesar disso mostrou a que veio, fez o percurso sem asfalto sem sustos e sim, fui surpreendido. Se eu tivesse que explicar de forma muito resumida como ela se comportada no fora de estrada seria assim: ela se comporta como uma crossover. Vai muito melhor que uma scooter normal, uma custom ou uma naked, mas não vai tão bem quanto uma trail. Fui claro?

Tudo isso têm o seu preço: a Honda X-ADV é vendida por R$ 57.096, preço sugerido em maio de 2020 e sem o frete, que varia dependendo da região do Brasil. Não está fora do custo de produtos “equivalentes” como a Suzuki Burgman 650, que está na casa dos R$ 60 mil. Só que a X-ADV oferece o que nenhuma maxiscooter conseguiu até hoje: polivalência de poder usar em qualquer terreno.

honda x-adv

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MARCELO BARROS

Marcelo é criador de conteúdo para motociclistas desde 2011. Compartilha seus erros e aprendizados para que mais pessoas entendam como é bom andar de moto todos os dias, usando ela da melhor forma possível, sem neurose.

4 thoughts on “Honda X-ADV é (r)evolução para as scooter; veja análise

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