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MOTOGP 2021: Os destaques da metade da temporada

Hoje vamos falar de MotoGP. Mas calma… Se você não gosta me dá uma chance, pois esse texto está bem detalhado exatamente para que qualquer pessoa consiga entender a competição e quem sabe, que passe a acompanhar bem situada sobre quase tudo.

Essa é a ideia aqui, falar com quem acompanha e com quem não acompanha porque fica perdidão com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo! Quero aproveitar a pausa do calendário da MotoGP – motivado pelo verão na Europa – que retoma atividade no dia 8 de agosto na Áustria e fazer um resumo da primeira metade da temporada, que vou organizar pelas seis fabricantes que estão na competição. Boa leitura! 

YAMAHA

Começando por quem está liderando a temporada até aqui. A Yamaha está no topo da tabela com 156 pontos conquistados pelo piloto Fabio Quartararo que está no primeiro ano como piloto Yamaha na equipe de fábrica. Fabio conquistou em 9 etapas 4 vitórias, teve problemas com o braço em uma corrida e com seu macacão que abriu no fim de outra corrida, mas está concentrado, está mantendo boa regularidade de resultados nas corridas e tem chance grande de terminar o ano como campeão, algo que a Yamaha não conquista desde 2015, quando o agora aposentado Jorge Lorenzo venceu o campeonato.

quartararo yamaha
O líder na primeira metade da temporada quase sempre é o campeão no fim do ano. Será o ano da Yamaha com Fabio? Veremos…

Por outro lado, os outros 3 pilotos Yamaha não está tão bem. Maverick Viñales que está na sua quinta temporada com a Yamaha venceu apenas uma corrida, a primeira do ano, e finalizou em último o GP da Alemanha, um resultado péssimo para um piloto de ponta que compete em uma equipe como a Yamaha de fábrica. Após o GP da Holanda, onde finalizou em segundo lugar, Viñales pediu pra sair do time no fim da temporada 2021, antecipando em um ano seu contrato com a Yamaha que já estava garantindo até o fim de 2022.

Seu futuro até escrever esse texto é incerto. Pode ir para Aprilia que ainda não tem um segundo piloto, rumores comentam até da possibilidade de ir para a nova equipe de Valentino Rossi, que vai usar motos Ducati ou pode simplesmente aposentar e ir curtir sua família, lembrando que o piloto espanhol de 26 anos se tornou pai nesse primeiro semestre. A chance mais provável é de que Viñales quer tentar fazer a Aprilia ser uma moto vencedora. Decisão ousada, que pode dar certo no sentido de ganhar destaque dentro do time e dar errado por ter que se contentar em estar no máximo no top5 nas corridas. Vamos acompanhar.

Na equipe satélite Franco Morbidelli – que foi vice-campeão em 2020 – não está em uma boa temporada até aqui, com lesão e resultados bem abaixo do esperado, inclusive, nas três corridas após o intervalo da temporada segue afastado e Cal Crutchlow, piloto de testes da Yamaha vai para a pista no lugar de Morbidelli. Eu pensava que era a escolha mais segura da Yamaha para substituir Víñales no time de fábrica a partir de 2022, mas começo a ter dúvidas sobre isso… Já Valentino Rossi, com 42 anos, que até aqui é o piloto Yamaha com menos pontos (17 contra 156 de Quartararo) vai encerrar sua carreira de piloto e focar sua atenção no sucesso das suas equipes no Mundial de Motovelocidade e a academia de pilotos.

DUCATI

Com muitas trocas de pilotos nessa temporada, a Ducati é a fábrica com mais pilotos no grid (6) e que tem mais pilotos entre os com mais pontos na temporada, com chances de disputar o título. Johann Zarco, da equipe satélite Pramac, é o melhor piloto Ducati até a metada da temporada, com 34 pontos de atraso para o líder Fabio Quartararo. Francesco Bagnaia e Jack Miller, pilotos de fábrica que subiram da equipe Pramac em 2021 estão perto de Zarco, mas estão menos regulares nos resultados, mesmo assim, ainda estão melhores que os rivais de outros times na temporada.

Zarco piloto Ducati MotoGP
Os ‘mísseis’ da Ducati estão evoluindo a cada ano. Se Quartararo vacilar Zarco e Miller estão bem perto na luta pelo título

O estreante Jorge Martin, que está no time Pramac, começou com moral a temporada, conseguiu pole e um pódio porém com a sua queda e lesão em Portugal ficou sem correr algumas provas e deve retomar a confiança durante a segunda metade da temporada. Os novatos Luca Marini (confirmado para a VR46 em 2022) e Enea Bastianini estão no time satélite Avintia e estão ainda se adaptando na nova categoria, Marini com mais facilidade que Bastianini, porém, ambos longe de estarem competitivos.

KTM

A equipe KTM está bem lentamente melhorando sua competitividade na MotoGP. Fora da pista o desenvolvimento da moto conta com a experiência do piloto Dani Pedrosa ajudando na evolução da moto. Com Miguel Oliveira no time de fábrica assumindo a posição de piloto número 1 pela regularidade dos resultados, a KTM tem uma vitória até aqui e Oliveira pode surpreender se a concorrência começar a errar nas próximas corridas. Brad Binder renovou até 2024 com a equipe KTM – o segundo piloto com maior tempo de contrato na MotoGP junto com Marc Márquez da Honda – mas ainda não conseguiu entregar os resultados que esperamos dele.

Miguel Oliveira foi o melhor piloto KTM na primeira metade de 2021. Ainda falta um pouco de evolução para lutarem diretamente pelo título

No time satélite da KTM o ainda pouco experiente Iker Lecuona não se encontrou com a moto bem irregular na temporada e o muito experiente Danilo Petrucci, que veio do time de fábrica da Ducati, está bem abaixo do esperado, se destacando na pista quando está bravo com algum outro piloto do que pode competência. Com Remy Gardner, piloto da Moto2 já confirmado para 2022 no time satélite, Petrucci ou Lecuona vão ficar sem moto em 2022. Meu palpite? Petrucci fica sem moto.

Novidade divulgada em 20 de julho é que Dani Pedrosa vai para a corrida no GP da Estíria (Áustria) em 8 de agosto como piloto convidado. Sinceramente, não sei o que esperar de Pedrosa com a KTM em uma corrida oficial. Ele pode ser o melhor piloto KTM na prova ou ficar entre os últimos, apenas focado em coletar dados da moto na corrida já que nessa pista teremos rodada dupla, como ocorreu em 2020. O auê com a confirmação dele como piloto convidado está feito. Já o real propósito disso é apenas para quem está nos bastidores. 

HONDA

A equipe do piloto mais vencedor dos últimos anos segue apanhando mais do que batendo na concorrência em 2021. Marc Márquez ainda não está 100% recuperado da lesão no braço que tirou o piloto de combate durante toda temporada 2020 e das duas primeiras corridas de 2021. Mesmo assim, não completou outras 3 corridas por queda, venceu na Alemanha e já é o melhor piloto Honda na temporada 2021. Pol Espargaró, que divide box da equipe de fábrica com Marc Márquez, não conseguiu ainda se encontrar com a moto, seguindo a ‘maldição do segundo piloto Honda’ que pegou Pedrosa no fim da carreira e Lorenzo na sua passagem desastrosa pela Honda.

Marc Márquez Honda MotoGP
Ainda não 100% fisicamente Marc Márquez voltou para as corridas na etapa 3 e já é o melhor entre os pilotos Honda

No time satélite Takaaki Nakagami tem alguns momentos de destaque que logo acabam em resultados medianos de sempre. Já Alex Márquez após uma temporada no time de fábrica com algumas exibições que mostravam potencial para ser mais competitivo simplesmente sumiu em 2021. Para a Honda, essa pausa de cinco semanas do verão europeu pode ser de grande valor para uma maior recuperação do seu piloto campeão. Mas o grid está muito forte e competitivo. Será que Marc Márquez voltará a seu domínio na MotoGP? Só saberemos na segunda metade da temporada.

SUZUKI

No time campeão de 2020 na MotoGP com Joan Mir ainda não vimos a mesma regularidade impressionante que fez o espanhol conquistar o campeonato em 2020. Mesmo assim terminou a primeira metade do ano em 4º na classificação com 1 ponto de vantagem sobre Jack Miller, piloto Ducati. Seu colega de equipe Alex Rins está ainda mais irregular, em 14º na temporada, caindo em corridas e se acidentando fora da pista. O time Suzuki precisa da regularidade que tinha em 2020 se quer lutar pelo campeonato.

Joan Mir, piloto Suzuki na MotoGP
Campeão no imprevisível e caótico 2020, Joan Mir não se encontrou nos resultados em 2021 e Alex Rins muito abaixo de Mir…

APRILIA

Por última e não menos importante, a equipe Aprilia segue buscando tornar sua moto competitiva. É hoje a moto menos competitiva do grid e assim como a Suzuki, não tem uma equipe satélite, o que atrapalha no trabalho de captação de dados para acelerar essa evolução da moto. Aleix Espargaró segue carregando a equipe nas costas enquanto o time não encontra um segundo piloto competitivo.

Lorenzo Savadori está rodando com a segunda moto, mas muito abaixo do que entrega o experiente Aleix. Trazer nos bastidores o italiano Andrea Dovizioso como piloto de testes pode acelerar a evolução da moto e rumores de que Maverick Viñales pode ser o segundo piloto do time trazem esperança de ser mais breve o dia do primeiro pódio e vitória da Aprilia nessa atual fase do time na MotoGP.

Aleix Espargaro MotoGP
Aleix Espargaro tenta mas sem sucesso fazer a Aprilia ter melhores resultados. Quem será o segundo piloto em 2022?

Esse foi um resumo que considero bem completo da primeira metade da temporada da MotoGP. A organização ainda enfrenta os desafios de gerenciam um campeonato desse tamanho em meio a uma pandemia que demora a terminar. O GP da Tailândia, que seria realizado no meu de outubro foi cancelado. Para conferir o calendário atualizado basta clicar aqui

Espero que tenha gostado de ler como gostei de reunir todos esses fatos aqui para você. Se quiser comentar algo ou sugerir algo, basta deixar um comentário abaixo, ok?

*Esse conteúdo foi divulgado primeiramente na Newsletter Motordomundo #001. Para inscrever-se sem custo é só clicar em: tinyletter.com/motordomundo

MARCELO BARROS

Marcelo é criador de conteúdo para motociclistas desde 2011. Compartilha seus erros e aprendizados para que mais pessoas entendam como é bom andar de moto todos os dias, usando ela da melhor forma possível, sem neurose.

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