Honda ADV: uma scooter que vai muito além do visual aventureiro
Esse é o vídeo 2 sobre a Honda ADV, comentando o que achei após pilotar. Se não viu o vídeo 1, recomendo que assista ele 1° e volte aqui depois. Vai entender melhor a ADV assim, ok? Se já viu o primeiro, está no lugar certo!
Detalhes importantes que complementam o vídeo. Ela tem chave por presença e porta-luvas com tomada 12V para carregar seu telefone durante a pilotagem (mas não vem com o adaptador USB). O acesso ao porta-luvas não tem trava. Não deixe nada de valor ali ao estacionar o veículo. Ela não tem bagageiro de série.
As suspensões com maior curso que as scooter tradicionais fazem muita diferença no conforto e na segurança, permitindo andar em ruas ruins e até sem asfalto mantendo a estabilidade e sem precisar operar sua coluna de tanta pancada que poderia dar a suspensão traseira curta… A ADV não tem (e nem te dá) problema com isso.
As suspensões não dão fim de curso na pilotagem. Eu tentei muitas vezes e não consegui. Levando em conta meus 1,83 m de altura e 100 quilos, posso considerar que a chance de bater fim de curso com você seja mínima – se é que seja possível dar fim de curso nela.
Junto com a suspensão de maior curso, com amortecedores bem mais robustos na traseira do que as tradicionais scooter do mercado nessa faixa de cilindrada, outro ponto muito forte na ADV é a escolha do pneu Metzeler Tourance. Com aro 14” na dianteira e aro 13” na traseira, a scooter tem rodas de liga-leve e pneu sem câmara. O comportamento dele tanto no asfalto quanto na terra batida com cascalho foi muito bom. A ‘receita’ desse pneu misto de acordo com a fabricante é de 80% on road e 20% off road. Suficiente para não comprometer o uso no dia a dia no asfalto e permitir ir com segurança em lugares sem asfalto onde carros comuns também passam.
Indo dos pneus para os freios. Faltou falar do freio e eu explico o motivo: não se destacou, nem fez falta nenhuma durante o teste, não vi problema nenhum do sistema em uma scooter de 13 cv e menos de 140 quilos nas frenagens. Ela é muito dócil e fácil de ser controlada. Tem disco maior que da PCX na dianteira, com 240 mm (+20 mm) e não tem a ação do ABS na roda traseira. Com a ótima aderência do pneu, somada a progressividade do sistema de freio, para travar em frenagem forte você precisa forçar bastante.
Fora do asfalto inclusive poder controlar a frenagem da traseira permitiu uma pilotagem mais divertida sem me colocar em risco. Em caso de dúvida, invista em um bom curso de pilotagem defensiva. Eu fiz e todo mundo deveria saber minimamente usar os freios, com ou sem ABS nas duas rodas. ABS ajuda mas não faz milagre. Repito o que disse no vídeo: Teste o produto e tire suas conclusões.
O que eu gostaria que fosse diferente na ADV?
Mesmo com a suspensão traseira robusta e que trabalhou bem para uma scooter 150, eu gostaria de ver um ajuste de pré-carga disponível nesses amortecedores. Valorizo bastante isso em todas as motos que piloto. Outra coisa é que a ADV não tem o lampejador do farol (aquele botão que você pisca o farol alto para facilitar ser visto no trânsito). Ciente que a minha altura é acima da média (tenho 1,83 m) achei que o para-brisa poderia ser mais alto para mim. Acredito que em breve veremos isso como acessório que deve ter bastante procura no mercado. O conforto do assento me lembrou o da X-ADV. Não me incomodou. Poderia ter mais espuma? Poderia sim.
Sob o assento o espaço é de 27 litros. Meu capacete usado nesse teste foi um Givi modelo 50.5. Você precisará verificar se o modelo que você usa cabe ou não, pois dependendo do desenho dele pode não fechar mesmo. Atente-se a isso. No meu caso, consegui colocar o capacete, luvas e jaqueta e ainda daria para colocar a capa de chuva dentro do capacete, como mostrei em um vídeo lá no Instagram. Se você não me segue lá no @motordomundo está perdendo…
Quando eu digo no vídeo “Se você só anda no asfalto ela pode não ser para você” tem uma ressalva, pois faltou uma palavra que daria mais sentido a frase: “Se você só anda no asfalto BOM ela pode não ser para você“. Pois com melhores suspensões e um pneu misto que absorve bem as irregularidades você que só anda no asfalto, mas essas ruas são ruins, com buracos, irregularidades, desníveis a ADV vai sim te garantir um ir e vir com mais conforto. Tudo depende do que você está priorizando. Quem só anda por vias boas não precisaria do que oferece como diferencial essa scooter.
Sobre a comparação que comecei a ver na internet entre Honda ADV e Yamaha XMax, para mim, respeitosamente falando, não tem muita lógica e eu explico. Eu já pilotei as duas – tenho vídeo da XMax, caso você não tenha visto – gostei muito mesmo das duas, mas elas estão em diferentes faixas quando falamos de preço, de propósito e de especificação técnica. Se eu tivesse dinheiro na mão para comprar uma XMax e tivesse que escolher somente entre as duas, iria de XMax e aceitaria a limitação ao andar fora do asfalto onde a Honda ADV, compacta leve e dócil vai com facilidade. Na verdade, eu iria pesquisar antes o custo de manutenção das duas, ver qual posso manter, para fazer essa escolha sem sustos…
Quanto custa a Honda ADV?
O preço na publicação desse vídeo em 28/01/2021 é de R$ 17.490 + frete com base em Brasília, pois com o aumento do ICMS no Estado de São Paulo a ADV (e todo veículo novo vendido) teve acréscimo. No Estado de São Paulo a ADV tem preço fixo em R$ 17.790 + frete.
A venda nas concessionárias começou em 26 de novembro de 2020 (data do nosso vídeo 1 da ADV), mas com a pandemia da Covid-19 houve um atraso nas entregas de motos pelas paradas na produção em Manaus. Consulte o concessionário Honda mais perto de você para saber o preço exato e como está a entrega, assim como a disponibilidade da ADV para test ride.
Como eu sempre digo, são escolhas e renúncias para fazer nessa vida de motociclista. O que é prioridade para você? Responda isso e saberá após fazer um test ride na ADV se ela é ou não para você.
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